TEMPs TERCETOS ECLÉTICOS METRIFICADOS EM PORTUGUÊS
151- Feio, voador,
morcego tira o sossego
e causa pavor.
152- Da sanidade mental,
quem cuida não se descuida
no ambulatorial.
153- Nem todos têm um bom faro.
Quem fala muito, se entala
em caso de despreparo.
154- A música pode ser bela.
Juízo será preciso,
pois ela nos engabela.
155- Seria raro encontrar
diálogo num catálogo,
mas não falta água no mar.
156- Senti a empulhação
a nível quase incrível,
com austera pretensão.
157- Quem contempla a amplitude
do céu, não se encontra ao léu,
porque se assombra amiúde.
158- Você usa tinta
só cinza, por ser ranzinza
em tudo o que pinta.
159- Na aurora que se adianta
serena, para a luz plena,
eu penso, o pássaro canta.
160- É preciso incentivar
comédia, para a tragédia
decair do patamar.
161- Convém aplaudir
justiça para a injustiça
não subsistir.
162- Prefiro ser atuante
a ter que permanecer
sem lapidar diamante.
163- Suspeitos e escolhidos,
pretextos deturpam textos
que ajudam certos bandidos.
164- Abriguei em minha mente
proeza, mas, com surpresa,
vi que fui condescendente.
165- Constantes andanças.
Não sei bem por onde andei,
mas guardo lembranças.
166- Sine qua non condição:
linguagem é mais que imagem
para a compreensão.
167- Método, para ser vivo,
não é só caminho a pé.
É meio interpretativo.
168- Todo leitor quer julgar
conceitos e preconceitos,
pressuposto para amar.
169- Perscrutei meu coração:
momento de sofrimento
despontou da ilusão.
170- Desastre por despreparo
de alguém, implica, também,
em sono e desamparo.
171- Felicidade é rede
de risos e de sorrisos
sem dor, sem fome, sem sede.
172- Vestida de chita,
é feia, vive na aldeia,
crendo ser bonita.
173- Se alma tu tens,
gatuno inoportuno,
devolve meus bens.
174- Nos bons momentos da vida,
a graça penetra e passa,
pois certa é a despedida.
175- Um falso juízo:
pessoas que não são boas
ostentam sorriso.
176- Entendi bem mais
você, e digo porque:
por sermos iguais.
177- Furor não ocorre a esmo.
Com ira, o homem vira
obsessor de si mesmo.
178- O epicentro da cena
gritante e exasperante
foi em rua antes serena.
179- Todo paleógrafo
decifra a antiga cifra
e coloca autógrafo.
180- Salvei a realidade.
Achá-la sem confrontá-la
não é casualidade.
181- Vi bem de perto estrelinhas,
sonhando viver em bando,
e voar com andorinhas...
182- Cara lantejoula
usaram quando bordaram
o véu da crioula.
183- Atribuir um conceito
ao mérito, de descrédito,
causa negativo efeito.
184- O mundo gira e cultiva
o mal paradoxal
de maneira dispersiva.
185- Cansei, não aguento:
notícia má de polícia,
pois virou tormento.
186- Eu me acho uma pessoa
igual ao convencional:
ora ruim, ora boa.
187- Estou aguardando
em breve, esta sopa leve
me deliciando...
188- O sistema social,
tão denso, com pouco senso,
se assemelha ao prisional.
189- Podeis derivar
saúde da quietude,
ao sol, no pomar.
190- Por Deus, não me abalem...
não passem sem que me abracem.
Sentimentos valem.
191- A lástima intensa,
vazia, me comprimia,
virando uma prensa.
192- Todo o mentiroso
que engana e que profana
se sente asqueroso.
193- Estou do meu lado,
contudo, percebo tudo
que o deixa magoado.
194- Desastres fatais.
Vivência sem paciência:
tempos cruciais.
195- A dor dos mortais
alia-se à porfia
dos povos rivais.
196- Descuidar do pasto
que traz aos cavalos paz
é mais que nefasto.
197- Estava tranquilo,
morrendo triste e sofrendo,
o valente esquilo.
198- Conservo o juízo:
ouvi melhor e senti
sarcástico riso.
199- Era paz que o animal
queria, sem rebeldia,
para viver no quintal.
200- Trabalham tumultuando,
sorrindo e introduzindo
nos autos, fato nefando.
Marian Battistella Pacelli
Enviado por Marian Battistella Pacelli em 14/08/2023
Alterado em 14/08/2023